20.8.15

Faça, Faça

Se é assim que tu queres me ver,
Se é assim como tu queres me ter,
Tira-me desse estorvo abstrato,
Ata-me as mãos às costas, e faça,
Faça o que sempre quiseste fazer,
Pois abdico da minha liberdade pelo seu prazer,
Tu agora deténs meu dote, mas...
Apenas por um breve momento,
Sangra-me, bata-me, transa-me,
Fazes o que bem entender,
Pois tu não vês o que há aqui dentro,
Florescendo e florescendo,
Queimando, me corrói, sinto ardendo,
Já foi vermelho escarlate, vinho e agora...
E agora é uma camada de negro rubro,
E irá tornar-se como o manto da noite,
Como um olhar que se mantém distante,
Como à escuridão largado a sorte,
É a cor do ceifeiro que cantará em breve a sua morte,
E a tu não restará mais esperança,
Enquanto cairei à sua frente, gozando a vingança.

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